A falta de iodo no organismo materno, em período de gestação, resulta em menor produção de hormônio tireoideo tanto do lado materno como da tireoide fetal.

Este fato pode provocar alterações importantes durante a vida fetal bem como no período neonatal.

Alguns estudos recentes demonstram que as crianças, cuja tireoide não tinha acesso a quantidade suficiente de iodo, apresentavam discretas alterações no sistema nervoso central.

Possivelmente, essas crianças teriam dificuldade de aprendizado, na época escolar, principalmente quando a falta de iodo persiste durante a infância.

A tentativa de verificar se a mãe e a criança em gestação estariam recebendo quantidades adequadas do precioso iodo, os autores examinaram a quantidade do mesmo nos produtos polivitaminicos, oferecidos para prescrição, e consequente suplementação na fase de gestação. Verificaram que todos os produtos oferecidos para prescrição como polivitaminicos continham iodo. Para surpresa dos pesquisadores, a quantidade de iodo em alguns produtos era inferior a 50 mcg por cápsula.  Apenas dois produtos continham o iodo na dose de 100 mcg por cápsula. Valor este considerado ainda insuficiente, tanto para a tireoide materna como para a tireoide fetal.

Em conclusão, recomendo que as autoridades do Ministério da Saúde e ANVISA, verifiquem a possibilidade de que a dosagem de iodo em produtos polivitaminicos para uso das grávidas tenha como limite 150 mcg de iodo.

(Este artigo foi publicado por Villagelin D. e outros, na revista  THYROID, em 2016).