A obesidade tem se tornado um problema cada vez mais comum

A obesidade tem se tornado um problema cada vez mais comum, e emagrecer não é uma tarefa fácil. Porém, quem já perdeu peso sabe que tão difícil quanto diminuir os ponteiros da balança é se manter magro após alcançar seu objetivo.Um novo estudo, publicado no periódico American Journal of Physiology, Endrocrinology and Metabolism, se propôs a compreender melhor as causas desse efeito sanfona. Para isso, os pesquisadores estudaram o apetite de pacientes que participaram de um abrangente programa de perda de peso. 

Demos para 34 pessoas com obesidade mórbida o melhor tratamento de emagrecimento, durante o período de dois anos”, explicou Catia Martins, professora da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega.

Os pacientes começaram o experimento pesando 125 kg, em média. Nas primeiras três semanas eles ficaram em uma espécie de spa, onde tiveram que se exercitar regularmente e passar por diferentes testes. Os voluntários também receberam educação nutricional e conversaram com psicólogos. Eles secaram 5 kg nesse período de 5 kg e, em média, 11 kg ao término do estudo. No entanto, os testes descobriram que todos estavam com mais fome após emagrecerem do que quando começaram a dieta.

O que acontece no corpo?

De acordo com Martins, a maioria dos obesos é capaz de perder peso por conta própria, mas pesquisas mostram que apenas 20% conseguem se manter mais magras. Do ponto de vista puramente biológico, dois fatores estão em jogo: hormônios e a capacidade do organismo de conservar a energia. No caso dos hormônios, acontece que o responsável pelo apetite aumenta ao fazer dieta. Quando perdemos peso, o estômago libera quantidades maiores de uma substância chamada grelina, que nos faz sentir fome.

Todo mundo possui esse hormônio, mas se você tem excesso de peso e depois emagrece, o nível dele aumenta”, diz Martins.

A notícia piora: o nível de grelina não se ajusta ao longo do tempo. O estudo mostra que a quantidade do hormônio no organismo permaneceu alta nos participantes ao longo dos dois anos. Isso provavelmente significa que pessoas com excesso de peso que emagrecem vão precisar lidar com o sentimento de fome pelo resto da vida. Como se não fosse chato o suficiente, ainda é preciso analisar a capacidade do corpo de conservar energia. Os cientistas afirmam que pessoas que emagreceram necessitam de menos combustível para manter seus corpos novos e mais leves, quando comparadas a alguém com o mesmo peso que sempre foi magro. No entanto, os ex-gordinhos se sentem mais famintos por causa dos hormônios. É aí que fica difícil fechar a conta: eles precisam comer menos, mas o organismo pede mais alimentos e se esforça para tentar voltar ao seu estado anterior (obeso).

É importante saber quais são os mecanismos fisiológicos que trabalham na resistência à perda de peso. Mas também existem diferenças individuais. As pessoas podem se desmotivar e ter outros problemas para seguir dietas e exercícios. Tudo isso dificulta manter o novo peso”, conclui Martins. A obesidade é uma luta diária para sempre. É importante tratá-…

[12:58, 10/2/2018] Alberto Dias Filho: Os sentimentos de fome após a perda de peso podem nunca ir embora

Manter o peso fora é notoriamente difícil, e um pequeno estudo novo ilumina por que é tão difícil: para realmente manter os quilos perdidos, as pessoas podem ter que lidar com sentimentos de fome aumentada pelo resto de suas vidas. O estudo, de pesquisadores da Noruega, envolveu 34 pacientes com obesidade “grave” que pesava 275 lbs. (125 quilos), em média, no início do estudo. Os indivíduos participaram de um rigoroso programa de perda de peso de dois anos envolvendo dieta e exercício, durante os quais perderam cerca de 24 lbs. (11 kg) em média.

Os participantes conseguiram manter seu peso fora por esse período de dois anos, mas seus níveis do hormônio da fome aumentaram, e esses aumentos duraram todo o estudo. Além disso, os participantes também experimentaram aumentos em seus sentimentos de fome, e esses sentime

ntos nunca desapareceram. Por exemplo, no início do estudo, os participantes classificaram seu nível de fome antes de uma refeição em cerca de 53 em uma escala de 0 a 100 (onde 100 é a fome máxima), em média. No final do estudo de dois anos, os participantes classificaram seus níveis de fome antes de uma refeição em 73 em cada 1

00, em média. Os achados sugerem que “após a perda de peso induzida pelo estilo de vida”, os pacientes com obesidade grave … terão que lidar com o aumento da fome no longo prazo “, escreveram os pesquisadores em seu estudo, que foi publicado em 23 de janeiro no American Journal de Fisiologia – Endocrinologia e Metabolismo.

Além do aumento da fome, os corpos das pessoas se tornam mais eficientes no uso de energia após a perda de peso, pesquisas anteriores mostraram. Isso significa que esses indivíduos precisam consumir menos calorias do que antes para manter o mesmo peso. Por exemplo, compare uma p

essoa que pesou 176 lbs. (80 kg) toda a vida adulta para uma pessoa que chegou a 176 lbs. depois de perder peso. O primeiro indivíduo pode comer cerca de 400 calorias por dia do que a segunda pessoa e ainda manter o mesmo peso, disse a co-autora do estudo, Catia Martins, professora associada da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega.

Os pesquisadores disseram que suas descobertas mostram por que a obesidade deve ser considerada uma doença crônica.

A obesidade é uma luta diária pelo resto da vida”, disse Martins em comunicado. “Nós temos que parar de tratá-lo como uma doença de curto prazo, [o que fazemos agora], dando aos pacientes apoio e ajuda e depois deixando-os se defender por conta própria”, disse Martins.

Como outras doenças crônicas, a obesidade requer muita ajuda e um acompanhamento próximo dos médicos ao longo dos anos para tratar, disse Martins.