Tireoidite Crônica

A tiroidite crônica linfocítica é conhecida por diversos nomes:

Tiroidite de Hashimoto, tiroidite crônica, tiroidite linfocítica e tiroidite auto-imune.

A tiroidite crônica linfocítica pode apresentar um aumento no volume tiroidiano (bócio) ou não; pode ter a produção de hormônios tuiroidianos normal ou reduzida (hipotiroidismo).

A apresentação mais clássica da patologia é sob a forma de um aumento no tamanho da glândula tireóide (bócio), indolor, acometendo preferencialmente mulheres.

É bem freqüente causar hipotiroidismo.

Tabagismo é considerado fator de risco para o desenvolvimento de hipotiroidismo na Tiroidite de Hashimoto.

A incidência da Tiroidite de Hashimoto é de 3 a 15 casos para cada 10.000 pessoas por ano. A patologia é 15 a 20 vezes mais freqüente em mulheres que em homens.

Aparece mais freqüentemente entre os 30 e 50 anos, mas aparece em qualquer idade, inclusive em crianças.

Diagnóstico O diagnóstico é feito com base em: (1) presença de elevados níveis dos anticorpos tiroidianos, obtidos através de exame de sangue: anti-tireoglobulina (anti-Tg) e/ou anti-microssomal/tireoperoxidase (anti-TPO); (2) achado ultrassonográfico de uma tiróide de tamanho normal ou aumentada, com textura homogênea ou finamente heterogênea e hipoecogênica; (3) funcionamento da glândula tireóide normal (eutiroidismo) ou reduzido (hipotiroidismo), constatado por dosagem no sangue de T4/T4 livre e TSH.

Não é necessário para o diagnóstico a realização do exame de cintilografia da tireóide, mas se este exame for realizado encontra-se uma tiróide de captação normal ou de captação difusamente reduzida.

Dos critérios diagnósticos da tiroidite crônica linfocítica, o mais relevante são os auto-anticorpos tiroidianos. Anti-Tg é presente em elevados níveis em 80% dos pacientes, e 97% dos pacientes têm altos níveis de anti-Tg e anti-TPO.

Mesmo quando a função tiroidiana é normal (T4 e TSH normais), mas quando os auto-annticorpos tiroidianos são presentes em altos níveis (títulos), a chance de evolução para hipotiroidismo é de 5% ao ano.

Por isto, recomenda-se dosar T4/T4 livre e TSH anualmente. Mais de 10% das mulheres têm auto-anticorpos tiroidianos presentes (positivos), a prevalência nos homens é bem menor: 1%. Tratamento Até que seja diagnosticado hipotiroidismo, não é necessário tratamento.

Uma vez que é feito o diagnóstico de hipotiroidismo (TSH alto), trata-se com comprimidos de levotiroxina. A dose correta é aquela que deixa o T4 livre e o TSH em valores normais.

Cerca de 25% dos pacientes com hipotiroidismo voltam a ter função tiroidea normal ao longo dos anos.

Outros pacientes com tiroidite crônica linfocítica podem evoluir para hipertiroidismo (Doença de Basedow-Graves). Portanto, mesmo após ter sido encontrada a dose ideal de levotiroxina para cada paciente, este deve ser seguido com dosagens sangüíneas periodicamente (a cada 6 meses, pelo menos) para possíveis ajustes da dose.

A indicação da cirurgia como tratamento é rara. Raramente o bócio é grande o bastante para promover sintomas de compressão no pescoço. Nestes casos, o tratamento indicado é cirurgia. Bócios grandes e não compressivos, por razões estéticas, também podem ser retirados cirurgicamente. Associações com outras doenças Sendo a Tiroidite de Hashimoto uma doença auto-imune, o hipotiroidismo nestes casos pode estar associado a outras doenças auto-imunes: doença de Addison (hipocortisolismo), diabetes mellitus, hipogonadismo, hipoparatiroidismo, anemia perniciosa, hipopituitarismo, vitiligo, alopécia.

Sintomas (hipotiroidismo)

A tiroidite crônica linfocítica trará sintomas quando houver hipotiroidismo.

Quase todos os órgãos são acometidos pelo hipotiroidismo.

Pele seca. Cabelos secos e quebradiços, com maior propensão a queda.

Unhas fracas e quebradiças.

Redução da pressão arterial e da freqüência cardíaca.

Aumento de colesterol. Aterosclerose.

Depressão. Desânimo. Lentificação do pensamento.

Ganho de peso.

Alterações do ciclo menstrual.

Bócio.

Em crianças: retardo no desenvolvimento psíquico e da coordenação, menor crescimento.

Em grávidas: Maior taxa de aborto e complicações fetais.

Durante a gestação é possível que o hipotiroidismo fique mais leve, e que volte a ficar mais intenso no pós parto (2 a 6 meses após o parto). Maiores detalhes no tópico Tireóide e Gestação. Raramente o bócio é grande o bastante para promover sintomas de compressão no pescoço. Nestes raros casos, o tratamento indicado é cirurgia.